sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Morte e Vida que não é Severina

Faz mais de um ano que não escrevo no blog. Minha última postagem foi sobre a morte da maravilhosa cantora Amy Winehouse, morta em julho do ano passado.

Depois disso, muita coisa aconteceu no Brasil e no mundo e como não poderia ser diferente em minha vida também.

Final de agosto, início de setembro de 2011 recebi  a notícia que meu pai estava doente. Há 10 anos não tinha contato, depois que decidiu ir embora de casa.

Imediatamente busquei-o, levei ao médico, passei a cuidá-lo. A rotina mudou.
Em meio a essa adversidade, poucos dias depois descobri que estava GRÁVIDA!!!

Novidade deliciosa. Amei desde o primeiro instante meu filho! Graças a ele, consegui enfrentar essa barra e não esmorecer diante da certeza que meu pai tinha apenas seis meses de vida.

A barriga foi crescendo, as curvas desaparecendo e meu lindo bebê se desenvolvendo, enquanto o estado de saúde de meu pai piorava.

Ele fazia planos, queria conhecer o neto, ir comigo para maternidade. Eu ficava triste, chorava, pois sabia que sua doença agravada não o permitiria.

Mas em tudo isso, pude ver a mão de Deus. A enfermidade trouxe meu pai de volta. Minha mãe e meus irmãos puderam revê-lo. E meu avô paterno também. Isso foi especial e inesquecível ao mesmo tempo.

Enxerguei meu velho pai com amor. Tive a oportunidade de conviver novamente, lembrar da minha infância, perdoá-lo, me senti amada como filha. Entre os três filhos, eu fui  a escolhida para viver com ele seus últimos dias de vida. Um privilégio!

Meu pai partiu. Dois meses e alguns dias depois meu filho amado nasceu. Estevão encheu a casa de alegria, paz e esperança.

A saudade é eterna. Mas quando lembro de meu pai, tenho orgulho, pois sei que muito do que sou, herdei dele.

É bom estar de volta. Escrever esvazia minha alma.